O memorial aos Judeus Assassinados na Europa: 2711 blocos para recordar um dos maiores extermínios da história.
O Memorial aos Judeus Assassinados na Europa é uma obra que mescla memória, arquitetura e escultura. Concebida pelo arquiteto Peter Eisenman e inaugurada em 2002, está localizada em uma parte central de Berlim entre o Portão de Brandemburgo e a Potsdamer Platz, onde outrora se encontrava a chamada “faixa da morte” do Muro de Berlim.
O Monumento é dedicado aos cerca de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e pelos seus cúmplices, que atuaram contra os judeus dentro e fora da Alemanha durante todo o governo nazista entre 1933 e 1945.
A área ocupada pelo Memorial é de quase 2 hectares, com a parte térrea – os 2711 blocos de concreto e as vielas irregulares entre eles – e a parte subterrânea na qual está o Centro de Informação e Exposição. Na parte térrea, cada bloco possui uma dimensão, com altura e inclinação diferentes, representando a história única e individual de cada vítima do nazismo entre o povo judeu.
Trata-se de um dos monumentos de Berlim mais especiais porque traz à memória o maior crime cometido pelo estado alemão: uma atrocidade que foi possível posto que pensada, justificada e empreendida pelo estado nazista e aceita por seus cúmplices de outras nações europeias.
O MEMORIAL AOS JUDEUS ASSASSINADOS NA EUROPA: UM MONUMENTO DIFERENTE PARA RECORDAR ALGO ÚNICO
Os monumentos e memoriais geralmente são construídos para comemorar datas históricas relevantes ou pessoas que inspiram orgulho em determinado grupo social. Aqui o vemos com outra função, isto é, a de trazer à tona uma injustiça e trazer as vítimas de um crime ao centro da questão.
No Memorial aos Judeus assassinados na Europa a sociedade alemã é colocada diante de sua própria responsabilidade pelos crimes cometidos durante o governo nazista. Aceitar esta responsabilidade e assumir os crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial é um tema de grande importância na Alemanha. Não é de surpreender que partidários da extrema direita atual consideram o Memorial um símbolo antinacional.
Na infeliz história do antissemitismo europeu, o Holocausto (Shoah) é, sem dúvida, o momento mais terrível. A brutalidade e o chocante número de vítimas tornam o evento incomparável. Soma-se a isto o fato do extermínio dos judeus europeus ter sido organizado burocraticamente pelo estado nazista.
Outro local que permite conhecer melhor a organização e o detalhamento da barbárie nazista é o Memorial do Antigo Campo de Concentração de Sachsenhausen, a cerca de uma hora de Berlim.
O CENTRO DE INFORMAÇÃO E EXPOSIÇÃO DO MEMORIAL AOS JUDEUS ASSASSINADOS NA EUROPA
Em uma das esquinas do Memorial, próxima à parte de trás da Academia das Artes e do Hotel Adlon, encontra-se o acesso para o Centro de Informação e Exposição no subsolo, cuja entrada é gratuita. A exposição completa o Memorial e contrasta com a parte abstrata e anônima da superfície, ao mostrar a história de judeus e judias assassinados durante o governo nazista.
Quatro salas temáticas fornecem informações sobre as vítimas e suas histórias de vida. Neste percurso, a Sala dos Nomes é uma das partes mais tocantes: um espaço aparentemente vazio no qual os nomes de inúmeras vítimas conhecidas do Holocausto são projetados e lidos. Ainda que esta lista esteja longe de ser completa, fazer a sua leitura por inteiro demoraria 6 anos, 7 meses e 27 dias.
PORQUE NÃO “MEMORIAL DO HOLOCAUSTO” OU “MEMORIAL DA SHOAH”?
Ainda que o Memorial seja popularmente conhecido como “Memorial do Holocausto” é importante entender o motivo deste não ser o seu nome oficial: a ideia é prestar uma homenagem e manter viva a memória das vítimas, não do crime cometido contra elas.
Evidentemente a visita ao Memorial nos instiga a pensar nos autores deste crime, seus métodos e suas motivações, porém o foco do Memorial são os judeus e judias assassinados durante o nazismo e não os executores do crime.
PROJETOS ARTÍSTICOS RELACIONADOS AO MEMORIAL DOS JUDEUS ASSASSINADOS NA EUROPA
Vor dem Verstummem
O compositor Harald Weiss produziu uma faixa sonora para este local emblemático da memória histórica. A música se chama “Vor dem Verstummen” (Antes do Silenciar) e é possível escutar o concerto gravado no Memorial através do link: https://youtu.be/IRULsrb_Q_U
Yolocaust
Um projeto artístico sobre a relação entre os visitantes e o Memorial que rendeu muita polêmica: trata-se de “Yolocaust”, do artista israelense-alemão Shahak Shapira. Nesta produção é possível observar como muitos turistas não refletem sobre o sentido e a função do Memorial, utilizando o local para brincadeiras e entretenimento. Veja aqui o resultado.
COMO CHEGAR AO MEMORIAL DOS JUDEUS ASSASSINADOS NA EUROPA
- metrô: estação Mohrenstrasse (linha U2);
- de trem: estação Brandenburger Tor (linhas S1 e S2);
- de ônibus: ponto Wilhelmstrasse, linhas 200 e 300.
A pé:
- da Potsdamer Platz ou do Portão de Brandemburgo;
- Com os nossos tours privados de Berlim Berlim Imperdível ou Berlim Total.
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